uivo
noite surda
o uivo
cheia lua
o cão
canto escuro
o motivo
o amanhecer
o vão
uiva pra lua
o danado
ofendido
irado
oculta a face nas mãos
o dia nasce calado
incontido
iluminado
outros corpos ao chão
sacharuk
### #somos mimese dos desadornos - alguns lua outros lâmpadas - outros rio alguns balde - as adversidades da estética#
não estou para falar de amor se ele ainda não dói, nem rói, nem pede flor. Não há flores na minha poesia, as arrancadas são mortas, são decoração de sepultura. Meu poema é heresia. Conheço esse tal de amor, não encontrei deus algum e amor e deus até podem ser compatíveis mas não dependem um do outro, o único ponto em comum: eles não são invencíveis. Não falarei de coisas que desconheço, pois o meu apreço é pelo amor que sinto e não devo a uma criatura que o senso comum insinua e minha cabeça não atura. Minha escrita é a riqueza que colho do meu presente, mesmo que seja inventado, pois poeta mente, mas não se faz ausente, e eu não vivo de passado nem me dedico à tristeza, só quando fico parado. Grito contra o que abomino e não suporto determinismo. Minha ferramenta é o poema e meu alvo é o sistema. Sou tipo existencialista meio insano, meio analista, falso moralista, talvez sartreano. Tenho a marca da história. Todo gaúcho é artista e sou pampeano com muita honra e glória. Sou amigo da filosofia e esta não é feita de fadas, nem gnomos e crenças,nem de almas penadas ou universais desavenças. Eu vim aqui escrever poesia e isso para mim não é só brincadeira, pois no fim, o que consome energia é o abre e fecha da porta da geladeira.

mão na guaiaca
mão na guaiaca
noite de sexta-feira
apartei os bichos
de volta à mangueira
bebi uma cachaça
sou cria guacha
vesti a bombacha
apertei barbicacho
me fui pro bolicho
apreciar uma china
a bailar rebolicho
e amarrar o cambicho
para o fim de semana
china sacana
não enganas
meu sangue castelhano
eu sou orelhano
conheço os hermanos
tenho um tio tupamaro
mas eu sou chimango
depois de uns tragos
danço até tango
mas não tenho sina
para unha de vaca
garanto o rango
então vem e te atraca
uma mão no mango
outra na guaiaca
sacharuk
ditirambo
ditirambo
tua saúde mental
malabarista movida a álcool
toda cagada na corda bamba
dança para minha estima
o som da minha composição
não sabe cantar outro samba
qualquer ditirambo perdido
logo precisas sambar comigo
pois eu te levanto do chão
sacharuk
tua saúde mental
malabarista movida a álcool
toda cagada na corda bamba
dança para minha estima
o som da minha composição
não sabe cantar outro samba
qualquer ditirambo perdido
logo precisas sambar comigo
pois eu te levanto do chão
sacharuk
Sobre o Fogo
Sobre o Fogo
Seria o amor coisa doce
não fosse essa estranha dança
sobre o fogo de feitiçaria
seria amor se não fosse
esse estranho jogo de cobrança
sob o gelo da hipocrisia
onde vislumbro a palavra macia
e esses olhos de desconfiança
de quem oculta insanidades
onde descubro que me desafia
quando sugestionas andanças
no território das meias verdades
vejo o entrecorte das suas vontades
que afiam a faca da torpe vingança
com a cabeça ofertada numa bandeja
recorro a rezas, a preces, entidades
- bem lá no fundo, quero-me esperança
de que o que vejo, mais assim não seja -
Seria o amor coisa doce
fosse movimento e mudança
sobre o fogo da poesia
Lena Ferreira & sacharuk
a princesa do sul
a princesa do sul
eu te amei no vale dos sonhos
numa tarde de sexta-feira
num cochilo na cadeira
sonhei com teus olhos risonhos
teus finos traços de princesa
cabelos negros formavam espirais
única herdeira do amor dos teus pais
a sucessora da realeza
naquele vale havia uma aldeia
logo no centro do bosque encantado
onde a sorte daquele reinado
era manipulada pela feiticeira
sob o agouro de uma tentativa
a magia negra no bosque vingou
não restaram pessoas vivas
somente tu, a princesa, escapou
e passaram-se dezesseis anos
quando então te tornaste rainha
sem o teu povo reinavas sozinha
aos duros desígnios dos arcanos
mas num certo dia tiveste a visão
de uma deusa envolta em seu manto
que prometia quebrar o encanto
assim que tu beijasses o chão
então a terra ofertou as mercês
o abraço materno envolveu-te ao colo
o encanto sombrio quebrou-se de vez
quando teus lábios tocaram ao solo
o céu em festa recobrou seu azul
a linda aldeia tornou-se cidade
tornou-se recanto de felicidade
e foi batizada Princesa do Sul
e nos meus sonhos eu quero
voltar sempre para nossa aldeia
à margem da praia espero
minha princesa beijar lua cheia
sacharuk
acerca da ilusão
acerca da ilusão
a casa onde mora ilusão
não é um buraco no vão
ou argumento destituído
utopia inconsistente
silogismo diluído
não tem no juízo
a sua razão
habita um recôndito empírico
não tem estatuto científico
é só desejo de pura expressão
a ilusão tem a cara da musa
de natureza doce e confusa
para insinuar a fantasia
é mãe do fogo da criação
a leal amiga da inspiração
que nasce no reino da poesia
sacharuk
ela quer dançar para a Lua
ela quer dançar para a Lua
ela chega bem leve
cadência tão quieta
poisa silente
em compasso de pluma
ela cai chuva fria
despenca repleta
no meu corpo quente
em gotas nuas
ela aponta o poente
seus sussurros molhados
declamam eloquentes
versos improvisados
denuncia segredos
confessa silêncios
que ouço encantado
de olhos fechados
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
ela mostra tão lindas
suas asas abertas
de matizes brilhantes
ela tremeluz radiante
sobre a fogueira
tal serpente de vento
enroscada na voz
de um sopro
um sopro
um sopro
ela aproxima cadente
na boca o sorriso
sorri divertido
de um só lado
denuncia segredos
confessa silêncios
que ouço encantado
de olhos fechados
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
sacharuk
ela chega bem leve
cadência tão quieta
poisa silente
em compasso de pluma
ela cai chuva fria
despenca repleta
no meu corpo quente
em gotas nuas
ela aponta o poente
seus sussurros molhados
declamam eloquentes
versos improvisados
denuncia segredos
confessa silêncios
que ouço encantado
de olhos fechados
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
ela mostra tão lindas
suas asas abertas
de matizes brilhantes
ela tremeluz radiante
sobre a fogueira
tal serpente de vento
enroscada na voz
de um sopro
um sopro
um sopro
ela aproxima cadente
na boca o sorriso
sorri divertido
de um só lado
denuncia segredos
confessa silêncios
que ouço encantado
de olhos fechados
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
ela quer dançar dançar
vai dançar
para a Lua
sacharuk
velho blues
velho blues
hoje durmo na calçada
armo barraca na rua
meto o pé na estrada
lanço fumaça pra lua
passo a perna na vida
não faço sinal da cruz
eu sei viver na batida
o trem desse velho blues
lua cheirosa de incenso
no fogo da quintessência
no velho blues eu descanso
no embalo dessa cadência
e ainda eu junto as maricas
em busca de calor e luz
a barriga ronca larica
no trem desse velho blues
no trem desse velho blues
sacharuk
verbo alado
verbo alado
não desejo
dizer impropérios
pois não pretendo
ser esmagado
dessa sociedade
elemento banido
sem rastro de escrúpulo
ou qualquer bom motivo
não pedi
para ser perdoado
o que me dói
não pede remédio
a minha fé
não oculta mistérios
o meu ministério
exerce o pecado
o meu argumento
é incompreendido
tem ponta de raio
e também lenitivo
então é relegado
ao total despautério
para se dizer
carece critério
tratar das ideias
com certo cuidado
não se pode irromper
de espírito despido
nem ser tão sincero
sequer agressivo
sei que a felicidade
passeia ao meu lado
não pede verdades
crenças e assédios
o meu ateísmo
é um bom refrigério
encontro meu deus
num verbo alado
sacharuk
por fora da linha
por fora da linha
vejo-te cá
célebre e insana
bebendo cerveja
numa latinha
torturas sem dó
sem discernimento
aos que vivem à sombra
dos lamentos
bebes o sangue
nunca definhas
te fartas de luz
na sede sacana
abraças ao diabo
com graça com gana
em meio ao fogo
da erva daninha
tu que escapas
ao letal julgamento
tascas a picareta
no céu de cimento
antítese notória
de uma fadinha
asas abertas
no inferno de lama
não é só poesia
que a noite reclama
apontas teu dedo
tal uma varinha
as unhas que juram
rasgo sangrento
parto na noite
novo rebento
tua palavra
oculta artimanha
sem rastro das rodas
da tua caravana
se te insinuas
secreta e cigana
versos ocultos
por fora da linha
sacharuk
questão teleológica
questão teleológica
será o poeta
meramente um esteta
finge o que sente
sentimento ausente?
se finge o que sente
logo sente o que finge
está mesmo presente
ou somente restringe
de qualquer signo
deságua uma fonte
coração é desígnio
poesia é horizonte
sacharuk
paira a voz
paira a voz
paira a voz
sopro cuidadoso
manobras de vento
pela corda bamba
a voz pedra muda
quando a água desanda
a escorrer pensamento
marujo ruidoso
e qualquer palavra
cutuca e crava
os seus absurdos
paira a voz
pelo tom silencioso
sem dó sem lamento
não dá samba
a voz pedra surda
na vertente que canta
pelo ritmo lento
porta som poderoso
e qualquer palavra
empurra e trava
as portas do mundo
paira a voz
no silêncio curioso
seu secreto elemento
tanto diz e encanta
sacharuk
paira a voz
sopro cuidadoso
manobras de vento
pela corda bamba
a voz pedra muda
quando a água desanda
a escorrer pensamento
marujo ruidoso
e qualquer palavra
cutuca e crava
os seus absurdos
paira a voz
pelo tom silencioso
sem dó sem lamento
não dá samba
a voz pedra surda
na vertente que canta
pelo ritmo lento
porta som poderoso
e qualquer palavra
empurra e trava
as portas do mundo
paira a voz
no silêncio curioso
seu secreto elemento
tanto diz e encanta
sacharuk
gotas de som
gotas de som
enquanto correr o rio
andarei contigo
pelos atracadouros
dos tempos
enquanto brilhar a lua
guardar segredos de ouro
percorrerei as ruas
dos teus pensamentos
invadindo teus olhos
ya ya ya - ya ya
na chuva
ya ya ya - ya ya
na chuva
teu fogo de bruxa
imprimirá serpentes
de sombra nas paredes
soprarei gotas
de sons no teu ouvido
tal fossem um vento
um vento
um vento
ya ya ya - ya ya
na chuva
ya ya ya - ya ya
na chuva
enquanto correr o rio
andarei contigo
pelos atracadouros
dos tempos
enquanto brilhar a lua
guardar segredos de ouro
percorrerei as ruas
dos teus pensamentos
invadindo teus olhos
ya ya ya - ya ya
na chuva
ya ya ya - ya ya
na chuva
teu fogo de bruxa
imprimirá serpentes
de sombra nas paredes
soprarei gotas
de sons no teu ouvido
tal fossem um vento
um vento
um vento
ya ya ya - ya ya
na chuva
ya ya ya - ya ya
na chuva
sacharuk
Cárcere Curitiba 8
Cárcere Curitiba 8
-carcerero, carcerero, consegue celular. Careço chamar cumpanhera Crazy conversar comigo.
------------
-Crazy, cumpanhera Crazy!
-chefinho!
-capturaram Chinelão, chefe corrupção carioca?
-capturaram, chefinho. Colocarão Chinelão confinado cadeia.
-caraca, cumpanhera. Chinelão confere com criatura com carência categoria conviver cadeia curitibana comigo, com cumpanhero Cabral. Consegue com cumpanheros causidicos conseguirem conduzir Chinelão cadeia Charqueadas. Conviver comigo, com Cabral, confere com coisa cujo corrupto condenado carece categoria como chefe, carece crasse. Continuo com cisma contra Chinelão. Criatura cagou corrupção carioca. Como confiar? Consegue colocar Chinelão cadeia capixaba, cearense, catarinense...
-claro, chefinho Calamar. Conseguirei com causidicos colocar Chinelão cadeia Capital. Contudo, caso chefinho careça comer Crazy, compete chamar celular. Crazy corre contentar chefinho.
-Caraca, cumpanhera!
sacharuk
somos a graça
somos a graça
a graça é a beleza
e ter os meus olhos
para ver hmm hmm
para ver oh oh
para ver
a graça é o amor
e ser coração
para sentir hmm hmm
para sentir oh oh
para sentir
o universo sou eu
e és tu
o universo és tu
e sou eu
e sou eu oh oh
e sou eu
a graça é o tempo
e ter os meus dias
para viver hmm hmm
para viver oh oh
para viver
a graça é saber
e ser compreensão
para entenderr hmm hmm
para entender oh oh
para entender
o universo és tu
e sou eu
o universo sou eu
e és tu
e és tu oh oh
e és tu
sacharuk
Cárcere Curitiba 7
Cárcere Curitiba 7
Criatura com cheirador corrigido com cirurgia, chefe congregação comunista, chamada Crazy, chegou cadeia curitibana carregando caixa cheia com cachaça cinquenteum, chocolates,cervejas, canapés, caviar, charutos....
-chefinho carece comer. Certamente comida cadeia com consistência carente. Chefinho Calamar com calças caindo,
-Claro, claro, cumpanhera Crazy. Conforme cunversamo coisas compatíveis com comunismo, Calamar comerá chocolate com copo cheio com cerveja.
-conta, chefinho. Como consegue conviver com condenação? Chefinho carece colchão confortável. Cadeia contaminada com catinga. Carcereiro considera chefinho Calamar como cachorro. Comprarei congelador. Chefinho colocará cerveja.
-Cumpanhera, Calamar curte cachaça, curte cerveja, contudo, Calamar carecendo comer cu.
-Claro, chefinho. Crazy concederá. Começará com chupadinha.
-Certo cumpanhera. Cumeça!
-chup chup chup
-caaa caaaa caaaaa
-Contente, chefinho?
-Corre criatura, chama clínico. Calamar com crise cardíaca!
-Carcereiro, carcereiro! Chama clínico cubano. Chefinho Calamar com coração congestionado!
-Cubano caralho, cumpanhera Crazy! Chama clínico com certificação!
sacharuk
golpe
golpe
professora conta
que Lula é herói
os pais afirmam
que é bandido
e o garoto
nem dá bola
absorto e perdido
no quintal da escola
que defende partido
sacharuk
o sentido da poesia
o sentido da poesia
o que há de belo na poesia?
poucos entendem a sua beleza
se ela não segue a um padrão
sequer se conforma à razão
seja clichê de céu turquesa
ou estrelado de idiossincrasia
um recorte instantâneo do dia
com pouca ou muita certeza
poesia respira e inspira emoção
trajada na lógica ou na abstração
na sua forma revela a fineza
até mesmo se acalma na rebeldia
poesia que brilha na ousadia
e nos encantos da delicadeza
no colo sagrado da construção
onde a beleza apreende a lição
mas ser poeta não põe mesa
então qual o sentido da poesia?
É ser surpreendido algum dia
surpreso com a própria surpresa!
sacharuk
Van Gogh
oráculo
oráculo
os búzios são conchas da sorte
e eles trazem mensagens do mar
não há clareza sequer evidência
só confiança na clarividência
a borra de café pode falar
a quem sabe ler o seu recorte
e antecipar do destino o aporte
mas das agruras não pode salvar
aquecer óleos de perfumaria
não vai destravar a sina do dia
mas pode soltar aromas no ar
fazer a cor da aura mais forte
quiçá a divindade se importe
com o incenso aos pés a queimar
questões complexas à cartomancia
respostas tratadas com diplomacia
a quiromante manda espalmar
sabe o dia e a hora da morte
os enredos as dores os cortes
sugere oferendas num alguidar
antever o destino pelas profecias
atende ao desejo das vidas vazias
é preciso coragem para continuar
ainda que a bússola oculte o norte
sacharuk
Lírica!
lírica!
Lírica do grito desvairado
Investe teu sonho pervertido
Risca na minha pele nua
Interstícios de suor decantado
Cata as gotas vertidas
Antes que o sol se insinue
Derrama os versos, louca
Ousa recitar ao meu ouvido
Saliva um poema em minha boca
Serve a poética aos seios
Envolta no fogo imaginativo
Incendeia sob o vestido
Os versos do meus desejos
Seduz o meu olhar cativo
sacharuk
visionário
visionário
o instável momento precário
reluta mas pede a alforria
mas não passa de agrura
e prevalece a feroz criatura
para o ritual de todo o dia
colei uma foto no armário
ao lado do meu calendário
à esquerda dessa poesia
quero verdade mais pura
quero além da simples jura
quero uma doce rebeldia
quero toque mais refratário
nem sei se a mente depura
nem sei se tenho estrutura
nem sei se é outra mania
nem sei se me faço otário
aprendi a não ser solitário
e já sei consertar avaria
já sei cozinhar pra gastura
nem sei se a vida me atura
são as peças do meu relicário
instâncias de toda a ousadia
encantos de vã travessura
sem os toques da amargura
o que dizem que é utopia
fui buscar no meu dicionário
é um tipo de nó visionário
da mais perfeita alegria
sacharuk
o primeiro beijo
o primeiro beijo
o primeiro beijo?
ah essa pergunta
é tanto danada
já não lembro de nada
não lembro do beijo
sequer da beijada
portanto fico
na encruzilhada
sem saber o que responder
sei que assim não se assunta
tantas lembranças o tempo ajunta
e vez por outra ocorre esquecer
mas no presente eu beijo a vida
ela revida bem na minha testa
beijo a poesia beijo a canção
até os frutos que brotam do chão
beijo o cachorro que faz festa
e cada minuto que a vida empresta
sacharuk
desiderato doutro anoitecer
desiderato d'outro anoitecer
outro dia daqueles...
sem Maria sem sofia
sem argumento sem fé
desfiei aos retalhos
meus instantes
estive em pé
quebrei os meus galhos
mais um dia errante
mais um dia mulher
joguei dentes de alho
no feijão fumegante
esqueci de comer
ficou às baratas
vejo o sol bem distante
e vejo a vida morrer
no desiderato
d'outro anoitecer
sacharuk
Cárcere Curitiba 6
Cárcere Curitiba 6
Circundavam calçada, centenas criaturas com camisetas coloradas, confeccionadas com cara chapada criatura chamada Che. Comunistas coordenados conclamavam cizânia, clamavam como carneiros: "Calamar candidato" "Calamar candidato", carregando cartazes com caricatura Calamar Cachaceiro. Criaturas com cútis coloridas, confinadas conduziam cartazes condizentes com "conservar cotas" "coordenados contra corfobia" "Calamar comprometido contra corfobia", clamavam consideração. Criaturas com corpos comuns chacoalhavam colhões, chacoalhavam chibil, cu, considerando comover comunidade contra chavascofobia, contra caralhofobia, contra cacofonia, contra coxinhas, contra Comandante Coiso, contra capitalismo. Criaturas cagavam chão calçada conclamando cruzada contra cufobia.
----------
Calamar Cachaceiro chegou Casa Causídicos Civis Criminais conduzido com corporação. Calçava charmosa caneleira circuitada. Carregava cantil com café conjugado com cachaça cinquenteum.
---------
-Calamar Cachaceiro conhece condição como considerar continuar calado, conquanto converse concordará com coisas contra Calamar Cachaceiro consideradas como confissão?
-Claro, Causídica. Calamar Cachaceiro corresponde criatura com considerável condição comunitária, colocou crianças colégio, construiu cisterna, combateu corrupção conquanto comandante central.
-Calado, criatura. Converse conforme convidado.
-Credo, cumpanhera Causídica!
-Concorda com compra chácara com cash corrupto, com conveniência concessionária construtora?
-Cumpanhera Causídica, Calamar Cachaceiro confere com criatura cujo comportamento condiz com coerência, conseguiu crédito, carentes compraram carro. Chácara comprada com construtora corresponde contrato construtora concessionária com cumpanhera Cadáver, contudo, Calamar considera contrato compra chácara como coisa construída com coxinhas.
-Considero Calamar Cachaceiro culpado cumprir condenação calçando caneleira circuitada, contudo, convém continuar convivendo capital centroeste, coabitando casa com crias, com condicionador climático, com cafezinho, cachacinha, churrasquinho, com celular, computador, calçando chinelas com cuecão, chambre, chamuscando charutos conseguidos com Castro.
sacharuk
Cárcere Curitiba 5
Cárcere Curitiba 5
-Cumpanhero carcerero, compareça cá!
-Claro, Calamar Cachaceiro, comparecerei caso caríssimo condenado Calamar colabore com caixinha. Clube carcereiros carece cozinhar churrasco com cerveja como comemoração conquista candidato chamado Coiso. Carcereiros contentes. Cairão chefes cadeias continentais, carcereiros crivarão corpos condenados com consentimento chefias. Cada condenado cretino considerará caminhar com cuzinho cerrado! Concorda colaborar com caixinha, comandante Calamar?
-Certamente, cumpanhero. Calamar Cachaceiro colaborará com cinco centilhões. Carece carcerero chamar cria chamada Calamarzinho comparecer cadeia Curitiba.
-Cumpra-se, comandante.
--------------------
-Caro Calamarzinho, compete começar criar carreira como chefe continental. Carece contar como Calamarzinho começou catando cocô, cheirando cu criaturas confinadas cativeiro, contar como Calamarzinho comprou companhia cuja competência confere com confeccionar carne churrasco com celulose, convém contar como Calamarzinho comprou companhia centralizadora chamadas celular... Corre, Calamarzinho, compete criar carreira como candidato!
-Certo. Como conduzir campanha contra Coiso?
-Chama cumpanheros comunistas colaborar com campanha. Coloca criaturas com clitóris cristalizado contra Coiso, coloca cornos, cachorros, crianças, condenados, criaturas coloridas... coloca contra Coiso. Cria comunicação caramboleira contra Coiso. Contrata criadores comunicações cretinas, convoca chinelagem comparecer carreata com camisetas comunistas confeccionadas com cara criatura chamada Che. Convida co-candidata com carinha cadela cio, com chibil convidativo. Chama comandante continente chavascuelano Cuduro com canhões comunistas. Contudo, caso Calamarzinho chame Covarddad como colaborador campanha, cortarei colhões cumpanhero Calamarzinho! Compreendeu criatura? Contudo, corre cantina comprar cachaça! Careço consumir.
sacharuk
ataranto
ataranto
quando a garganta do vulcão
rasgou palavras de fogo
quando a boca do dragão
escarrou fluidos do ódio
tua calma
não encontrou a vertente
tua alma
não se banhou no riacho
sacharuk
ela ama o jonathan
ela ama o jonathan
ela ama
o jonathan
tal rio de água mansa
quando ela dança
ele encanta
se ela canta
ele dança
o jonathan
é um encanto
o jonathan
é segurança
e enquanto
a nova rima não cansa
ela convence o jonathan
ao casamento na França
o jonathan é o argumento
o jonathan é a esperança
eita festança!
não anda mais de jumento
nem ouve o ronco da pança
Cárcere Curitiba 4
Cárcere Curitiba 4
Calamar Cachaceiro, conhecido criminoso cuja competência confere com carregar cofre continental, comprar casa conjugada, comprar chácara, colaborar com Cuba com cédulas conquistadas com corrupção, chamou carcereiro:
-cumpanhero carcerero, cumpanhero carcerero. Compareça cá. Careço conversar com candidato Covarddad. Conforme Covarddad chegar, carcerero chama Calamar.
-Claro, comandante Calamar, contudo carcereiro carece colaborar com caixinha, comprar combustível caríssimo, comprar comida, congêneres...
-Certamente, cumpanhero carcerero. Calamar, com cortesia, cobrirá carências consumo. Conte cédulas, cumpanhero.
---------
-Calamar, Calamar Cachaceiro. Criatura chamada Covarddad chegou com companhia criaturinha co-candidata, cuja cara confere com cuzinho cagado.
-Claro, cumpanhero. Comande Covarddad com co-candidata Cuzinho comparecerem cela cadeia.
----------
-Caro Covarddad, careço confeccionar carta contando como candidatura chapa comunista conseguirá congelar combustível cozinha, comprar casa com colaboração Caixa, contribuir com companhias construtoras. Carece cidadão comentar como conseguiu comprar comida cara, como comprou carro,
como conquistou certificado colégio... Covarddad, com contribuição co-candidata Cuzinho Cagado, carecem conversar com cidadão. Contar como Castro com Che conquistaram Cuba, como Chavez construir consciência cidadania com continente chamado Chavascuela, como comandante Cuduro continuou conquistas Chavez comandando Caracas. Carece contar como Castro conta com carinho criaturas cubanas, como comunismo conseguiu contribuir com crescimento continentes...
-Claro chefinho Calamar, Covarddad concorda.
-Calado, cumpanhero Covarddad. Carece continuar calado. Conforme Covarddad conversa, casa cai. Covarddad carece credibilidade.
-Chefinho Calamar, carece contar como Congressista com Cu Caliente cuspiu cara candidato Coiso?
-Continua calado, criatura. Carece contar como Coiso comete cornofobia, cufobia, caralhofobia, como critica criaturas com cútis colorida, como coloca casa como custo congresso.
sacharuk
malleus maleficarum
malleus maleficarum
havia jurado
coisa alguma
julgado por heresia
condenado ao fim dos dias
falácias despudoradas
a única verdade
sustenta a insanidade
de subtrair prata vultosa
a garantir o óleo
da lâmpada luminosa
desaparecidos amigos
já há uma semana
Gerard, Eliphas, Joana
levados do abrigo
que o demônio
não os tenha
lançado ao fogo
a carne
as vísceras
os ossos
a corda aperta o pescoço
desenlace da sina
o repúdio
a ira
a raiva assassina
a cara escarrada
da hipocrisia
infeliz arremedo
dispara ditames
alastra a dominação
o rastro de medo
em nome da salvação
havia jurado
coisa alguma
julgado por heresia
condenado ao fim dos dias
falácias despudoradas
a única verdade
sustenta a insanidade
de subtrair prata vultosa
a garantir o óleo
da lâmpada luminosa
desaparecidos amigos
já há uma semana
Gerard, Eliphas, Joana
levados do abrigo
que o demônio
não os tenha
lançado ao fogo
a carne
as vísceras
os ossos
a corda aperta o pescoço
desenlace da sina
o repúdio
a ira
a raiva assassina
a cara escarrada
da hipocrisia
infeliz arremedo
dispara ditames
alastra a dominação
o rastro de medo
em nome da salvação
sacharuk
amálgama
amálgama
versos imersos na alquimia
números, véus e encantos
grimórios e revelações
sobre o colo de sofia
letras vertidas no manto
entre cruzes e orações
pés profundos de poesia
as águas contornam recantos
de sonhos e abstrações
segredos e bruxarias
utopias de plasma e pranto
amálgama da criação
sacharuk
macromaníaca
macromaníaca
oi gato
sou mulher
do tipo casada
só para quem quer
vou dizer:
quero homem sensível
carinhoso
de pau grande
para me satisfazer
meu gostoso
pode vir que aqui tem
mas o mais importante
além do pau generoso
é saber mentir bem
sacharuk
compreensão
compreensão
o barco passa
pelas águas sem bandeira
bailam marés sereias
a vida que passa
o grande mar
levará
sacharuk
o barco passa
pelas águas sem bandeira
bailam marés sereias
a vida que passa
o grande mar
levará
sacharuk
karuna
karuna
derrama
vertentes das íris
o calor das tuas mãos
derrama amor
sobre as cicatrizes
derrama benção
o universo és tu
o universo é a cura
o universo é o senhor
aprende
da luz os matizes
da força no pão
aprende a dor
das coisas possíveis
e das que não são
o universo és tu
o universo é a cura
o universo é o senhor
sacharuk
vapor vermelho
vapor vermelho
a vida passa
passa vapor vermelho
nos azulejos azuis e limo
a nova sina passará
a roda gira
gira vapor vermelho
na magia insana do ouro
o novo ciclo girará
dá-me tua mão
na trilha da nova era
replantaremos a terra
e colheremos nação
o tempo voa
voa vapor vermelho
da faixa branca no céu
o novo espírito voará
o perdão abraça
abraça vapor vermelho
juntos na estrada do futuro
a esperança abraçará
dá-me tua mão
na trilha da nova era
replantaremos a terra
e colheremos nação
sacharuk
versos sem dentes
versos sem dentes
fico triste
se fechas a porta
o vento me corta
a fortaleza resiste
desiste
insiste
e novamente
resiste
já vive morta
a verve doente
entre versos sem dentes
insonsos
no bloco de notas
copia
cola
deleta
recorta
anota
clichês de poesia
sacharuk
desacordo ortográfico
desacordo ortográfico
quero a volta do trema
diérese em traços bifálicos
para enfiar no teu ü
sacharuk
quero a volta do trema
diérese em traços bifálicos
para enfiar no teu ü
mel merengue chocolate
mel merengue chocolate
teu mel gruda
meus beiços
tuas bolas de merengue
pingadas de chocolate
meus lábios
beijam-te anseios
desejo pulsante
tão doce
invade
sacharuk
teu mel gruda
meus beiços
tuas bolas de merengue
pingadas de chocolate
meus lábios
beijam-te anseios
desejo pulsante
tão doce
invade
sacharuk
yolanda não anda no vento
yolanda não anda no vento
yolanda
não anda
na ventania
meu amigo Milanês
ela esconde do vento
versos de covardia
desprovidos de sentimento
caprichados na caligrafia
para cumprir as mercês
fotografia e lamentos
apenas palavras vazias
se yolanda
não anda
no vento
yolanda não vai
escrever poesia
sacharuk
yolanda
não anda
na ventania
meu amigo Milanês
ela esconde do vento
versos de covardia
desprovidos de sentimento
caprichados na caligrafia
para cumprir as mercês
fotografia e lamentos
apenas palavras vazias
se yolanda
não anda
no vento
yolanda não vai
escrever poesia
sacharuk
óculos arcoíris
óculos arcoíris
vejo-te sentada à poltrona
deixada no meio da rua
sobre o tapete de alcova
sob a luz que bate na lua
nas minhas lentes arcoíris
sinto-te no prazer que emana
a visão das tuas ancas nuas
a serpentear-te aos matizes
jorram dos bicos das mamas
cores impuras
com cores cruas
com cores cruas
teu caleidoscópico sorriso
estampa as vaidades tuas
sacharuk
todas as manhãs
todas as manhãs
bem-te-vi
teus olhos
acordar meu sorriso
bem-te-vi
beijos coloridos
bem-te-vi
dia inteiro
bem-senti o teu cheiro
bem-te-vi nas promessas
bem-que-quis tuas carícias
de todas as manhãs
de amor e preguiça
sacharuk
bem-te-vi
teus olhos
acordar meu sorriso
bem-te-vi
beijos coloridos
bem-te-vi
dia inteiro
bem-senti o teu cheiro
bem-te-vi nas promessas
bem-que-quis tuas carícias
de todas as manhãs
de amor e preguiça
sacharuk
"bilete" de hoje para ser lido amanhã, dois de outubro
"bilete" de hoje para ser lido amanhã, dois de outubro:
eu gostaria de ter reconhecido o cabo daciolo há mais tempo. Eu, que estou tabulado entre os indecisos, já conheço de antemão o que posso esperar de todos os outros, ratos profissionais, a serviço da desordem e da roubalheira.
Eu havia optado pelo voto útil, mas agora, percebendo que o empate entre o bonzonaldo e o poste do ladrão é inevitável, considero optar pelo daciolo. Mal conheço esse candidato, que parece doido de dar dó, porém, conheço bem aos outros e prefiro errar tentando do que ser outro idiota útil a esse sistema podre.
vou votar no cabo. Se ele, por um milagre de deuxx, se eleger, aposto que pior do que está não vai ficar (pela primeira vez na vida acredito nisso como argumento válido).
para quem já conheceu a dilma, acho o daciolo ultracapacitado.
penso que vocês deveriam fazer o mesmo. Pensem nisso com carinho. Ao menos se pode esperar algum senso moral de um vivente que afirma se expressar em nome de deus. Daciolo está sussurrando esperança ao meu coração ateu.
hoje muitos lamentam a passagem do enéias... era o maluco da hora e virou chacota da ratazana. Ele precisou morrer para ser visto.
é verdade esse 'bilete'.
sacharuk
eu gostaria de ter reconhecido o cabo daciolo há mais tempo. Eu, que estou tabulado entre os indecisos, já conheço de antemão o que posso esperar de todos os outros, ratos profissionais, a serviço da desordem e da roubalheira.
Eu havia optado pelo voto útil, mas agora, percebendo que o empate entre o bonzonaldo e o poste do ladrão é inevitável, considero optar pelo daciolo. Mal conheço esse candidato, que parece doido de dar dó, porém, conheço bem aos outros e prefiro errar tentando do que ser outro idiota útil a esse sistema podre.
vou votar no cabo. Se ele, por um milagre de deuxx, se eleger, aposto que pior do que está não vai ficar (pela primeira vez na vida acredito nisso como argumento válido).
para quem já conheceu a dilma, acho o daciolo ultracapacitado.
penso que vocês deveriam fazer o mesmo. Pensem nisso com carinho. Ao menos se pode esperar algum senso moral de um vivente que afirma se expressar em nome de deus. Daciolo está sussurrando esperança ao meu coração ateu.
hoje muitos lamentam a passagem do enéias... era o maluco da hora e virou chacota da ratazana. Ele precisou morrer para ser visto.
é verdade esse 'bilete'.
sacharuk
Metade
Metade
Tenho pra ti meio poema
escrito meio sem jeito
sobre as pernas meio abertas
meio suando entre as letras
de uma escrita meio atrevida
a espera de uma linha para se esparramar
meio vestida...ou totalmente despida
e por meio do meu meio
que tu me chegas inteiro
murmurando meias palavras
meio sem meias medidas
com intenções meio incertas
metendo a metade a me completar
em versos de poesia
meio proibida...ou totalmente perdida
Angela Mattos & sacharuk
para saber-te
para saber-te
espero ler-te
numa autobriografia
percorrer tuas horas
deitar sobre as folhas
da tua caligrafia
espero ver-te
nua e perdida
no labirinto obscuro
da minha poesia
onde faces sombrias
são jogadas ao mundo
espero entender-te
meus olhos intrusos
pousam fotografias
nas porções coloridas
nos poemas silentes
nas imagens da vida
sacharuk
Não há limites no amor
não há limites no amor
diz que não há limites no amor
até quando ele vive longa espera
supera os ranços da adversidade
impera sem distância e sem idade
amor rasga a carne feito fera
amor clichê premiado feito flor
amor reflexivo feito o amor
amor giro incontido feito Terra
diz que não há limites no amor
quando ele desconhece a verdade
é sentimento livre que encerra
o intento genuíno ou impostor
amor pinta a libido feito cor
amor corta o peito feito serra
amor pedra tão dura feito jade
amor rebrota em viço feito verde
diz que não há limites no amor
se ele tanto quer felicidade
o amor vê fagulhas nas quimeras
amor que vive paz e vive guerra
sacharuk
das alturas
das alturas
enfrento as forças que ameaçam
desvio de ondas que não banham
das razões
a que eu desconheço
morro nas tramas que me apanham
são tantos ares
eu nem respiro
em tantos lares
eu já não entro
invado espaços que nem habito
moro em zonas que não frequento
viajo alturas que não alcanço
trago loucura para o remanso
sou prisioneiro da liberdade
de asas seguras
eu não canso
a vida é dura
eis o encanto
não é utopia a felicidade
sacharuk
onde vive o amor
onde vive o amor
espero algo de ti
mas nunca sei
dizer o que é
sei que espero algo de ti
sequer imagino
que nome isso tem
espero algo de alguém
minha alma
percorre desterros
sempre espero algo de alguém
sempre espero
alguma coisa
procuro nos jardins
na casa de verão
entre teus cabelos
entre os vãos
bem dentro
onde vive o amor
eu sei que vejo uma cor
não sei dizer
que cor é
minha mente mente sempre
sempre visita um lugar
e não sei ao certo
onde é
procuro nos jardins
na casa de verão
entre teus cabelos
entre os vãos
bem dentro
onde vive o amor
bem dentro
onde vive o amor
onde vive o amor
sacharuk
Boneco de ventriloquia
Boneco de ventriloquia
Fernandinho era um menino de madeira. Boneco bonzinho, estudioso, que sonhava ser presidente do Reino dos Chongamongas.
O destino implacável pregou-lhe terrível peça: Sua conquista dependia de subjugar-se a um maldito ventríloquo manipulador.
Sua ruína: A cabeça de madeira quase não suportou a mão suja que a manipulava. Fernandinho odiava emprestar sua boca aos movimentos obscuros daquela voz fascinora.
E aquele ventríloquo, rato desprezível, ofertou o lindo sonho ao menino boneco. E todas as possibilidades se fizeram reais.
Fernandinho agora já não era bonzinho. Havia um mundo para conquistar.
sacharuk
astronave
astronave
atenção tripulantes da nave Ursal
na órbita da terra Carnaval
estejam prontros para o pouso
e não esqueçam da nossa missão
enfrentar militantes do Coiso
detonar aos fiéis ao ladrão
caçar tamanduás sem bandeira
e quem cobra alugel em ocupação
enviar todos eles numa astronave
com algemas e tornozoleira
granada no cu e alarme
nem coroné
nem a besta
nem o doutor
nem o cristão
nem invasor
nem parasita
nenhum machista
sequer elenão
nenhum tucano
ou bolivariano
ou fantoche bobo
do patrão
enviar todos eles numa astronave
com algemas e tornozoleira
granada no cu e alarme
sacharuk
microcosmo
microcosmo
--Sonia, tu nem sabes quem chegou na favela.
-Quem? Conta logo! O Emicida?
--Não, Sonia, aquele que vai ser presidente, o Andrade. Vamos lá receber ele. Ele é um coroa bem gatinho. Vamos logo. Vai estar todo mundo lá.
-Mas Livinha, ele não é aquele fantoche do lula?
--Acho que é. Eu vou votar nele.
-Livinha! Como um presidiário poderá mandar no Brasil?
--Que presidiário? O Andrade é detento?
-O lula, mulher!
--Lula é presidiário? Nem sabia. Ué! Mas, não é um presidiário que manda aqui no morro?
sacharuk
meada
meada
estendo o fio de poesia
no percurso até Vênus
para jamais me perder
logo oferto tangerinas
aos pés da tua santinha
já sei orar sem perceber
conta-me
conta-me
se estás pensando algo
ama-me
ama-me
eu quero sempre te sentir
fala-me
fala-me
quando quiseres algo
chama-me
chama-me
eu posso sempre te ouvir
meus versos em rodamoinho
turbilhonam desconexos
para jamais te esquecer
estendo a linha da meada
até teus pés de bailarina
e dançarei até aprender
conta-me
conta-me
se estás pensando algo
ama-me
ama-me
eu quero sempre te sentir
fala-me
fala-me
quando quiseres algo
chama-me
chama-me
eu posso sempre te ouvir
sacharuk
haicai da plenitude
haicai da plenitude
tua alma guarda
surpresas e os encantos
tudo e além
sacharuk
tua alma guarda
surpresas e os encantos
tudo e além
sacharuk
tua voz
tua voz
esperava-me crua
no distante oriente
guardiã dos absurdos
que perpassam as noites
eloquente
a lua
amava-me aos sussurros
suave e tranquila
imitava tua voz
sacharuk
esperava-me crua
no distante oriente
guardiã dos absurdos
que perpassam as noites
eloquente
a lua
amava-me aos sussurros
suave e tranquila
imitava tua voz
sacharuk
entre as papilas da etimologia
entre as papilas da etimologia
catarse promete sabores
amargos e ácidos
difíceis de engolir e vomitar
apreendi o gosto
quando a provei
entre as papilas
da etimologia
e não é nada doce
lua ciumenta
lua ciumenta
a lua espreita
pensa-se dona
não sabe da sinfonia que toca
se pisco meus olhos
lua ciumenta
não se rende
e resiste
pobre lua
pensa-se dona
não sabe da sinfonia que toca
se pisco meus olhos
lua ciumenta
não se rende
e resiste
pobre lua
ela até tenta
mas na nossa cama
não nos vê
não nos vê
sacharuk
SOS verve II
SOS verve II
SOS verve:
só uma metade já serve
eu cubro com uma cereja
hoje tudo pode
menos melacueca de pagode
ou ranço de guampa sertaneja.
oh, poeta, não se enerve
é só chamar no ferve-ferve
e a parceria já verseja
a poesia dá o bote
alcança macia a sorte
da companhia benfazeja
eu já tenho certeza
que quando penso forte
o tico fala ao norte
o teco responde ao sul
que a essa hora da noite
o céu já não é mais azul
melhor é deixar a correnteza
levar assim sem recorte
versos de alguma beleza
vindos do sul ou norte
espalhar delicadezas
por onde quer que toquem
antes que as fontes sequem
liberamos as correntezas
comprei uma cachaça forte
deixei um copinho sofre a mesa
caso a gente se entorte
declamaremos de língua presa
E mesmo dado por encerrado
não consigo me deixar de fora
estando tudo certo e nada errado
deixo meu recado agora:
mesmo com o tico e o teco avariados
ainda somos massa nos recados!
Marisa Schmidt & sacharuk
SOS verve:
só uma metade já serve
eu cubro com uma cereja
hoje tudo pode
menos melacueca de pagode
ou ranço de guampa sertaneja.
oh, poeta, não se enerve
é só chamar no ferve-ferve
e a parceria já verseja
a poesia dá o bote
alcança macia a sorte
da companhia benfazeja
eu já tenho certeza
que quando penso forte
o tico fala ao norte
o teco responde ao sul
que a essa hora da noite
o céu já não é mais azul
melhor é deixar a correnteza
levar assim sem recorte
versos de alguma beleza
vindos do sul ou norte
espalhar delicadezas
por onde quer que toquem
antes que as fontes sequem
liberamos as correntezas
comprei uma cachaça forte
deixei um copinho sofre a mesa
caso a gente se entorte
declamaremos de língua presa
E mesmo dado por encerrado
não consigo me deixar de fora
estando tudo certo e nada errado
deixo meu recado agora:
mesmo com o tico e o teco avariados
ainda somos massa nos recados!
Marisa Schmidt & sacharuk
vai mulher anda comigo
vai mulher anda comigo
vai mulher anda comigo
pela costa da laguna
onde o amor faz abrigo
e Netuno faz a Lua
brotar na sua cabeça
espia a tristeza na rua
e meu mergulho inusitado
lê meu poema encantado
antes que me esqueças
vê nas frestas da janela
que essa noite espera
que sejamos amantes
o caminho tão distante
vou cego viajante
no traçado das quimeras
provar a tua pele
na língua portuguesa
o demônio sobre a mesa
o messias sobre as águas
quando ainda me aguardas
na torre onde tu moras
onde sempre te acordas
ao sopro do meu fantasma
ele te devolve a vida
num feixe iluminado
o teu barco à deriva
tem a guia na vontade
do meu coração calado
duro de pedra
o caminho tão distante
vou cego viajante
no traçado das quimeras
provar a tua pele
na língua portuguesa
vai mulher anda comigo
pela costa do mar
imprimir nossas pegadas
pelo curso das gaivotas
no próximo sol doce
eu só quero te abraçar
jardineiro das memórias
eu cato as flores mortas
que viveram tão valentes
são crianças inocentes
horizontes da história
reflexos da eternidade
nossas faces no espelho
o caminho tão distante
vou cego viajante
no traçado das quimeras
provar a tua pele
na língua portuguesa
sacharuk
vai mulher anda comigo
pela costa da laguna
onde o amor faz abrigo
e Netuno faz a Lua
brotar na sua cabeça
espia a tristeza na rua
e meu mergulho inusitado
lê meu poema encantado
antes que me esqueças
vê nas frestas da janela
que essa noite espera
que sejamos amantes
o caminho tão distante
vou cego viajante
no traçado das quimeras
provar a tua pele
na língua portuguesa
o demônio sobre a mesa
o messias sobre as águas
quando ainda me aguardas
na torre onde tu moras
onde sempre te acordas
ao sopro do meu fantasma
ele te devolve a vida
num feixe iluminado
o teu barco à deriva
tem a guia na vontade
do meu coração calado
duro de pedra
o caminho tão distante
vou cego viajante
no traçado das quimeras
provar a tua pele
na língua portuguesa
vai mulher anda comigo
pela costa do mar
imprimir nossas pegadas
pelo curso das gaivotas
no próximo sol doce
eu só quero te abraçar
jardineiro das memórias
eu cato as flores mortas
que viveram tão valentes
são crianças inocentes
horizontes da história
reflexos da eternidade
nossas faces no espelho
o caminho tão distante
vou cego viajante
no traçado das quimeras
provar a tua pele
na língua portuguesa
sacharuk
SOS verve I
SOS verve I
SOS verve:
uma metade já serve
e eu cubro com uma cereja
hoje tudo pode
menos melacueca de pagode
ou ranço de guampa sertaneja
Vem escrever a estratosfera! que megera é essa de tênue razão? carcomeremos o ego da plebe com fios de saltos perfurando o chão
vêm escrever sem sequelas! Que a espera é só alienação. Acenderemos o fogo da febre com versos altos gritando emoção
e que haja a benção dos bruxos no sonho dos loucos ! completa amplidão ! 🤗😍
Marcia Poesia de Sá & sacharuk
SOS verve:
uma metade já serve
e eu cubro com uma cereja
hoje tudo pode
menos melacueca de pagode
ou ranço de guampa sertaneja
Vem escrever a estratosfera! que megera é essa de tênue razão? carcomeremos o ego da plebe com fios de saltos perfurando o chão
vêm escrever sem sequelas! Que a espera é só alienação. Acenderemos o fogo da febre com versos altos gritando emoção
e que haja a benção dos bruxos no sonho dos loucos ! completa amplidão ! 🤗😍
Marcia Poesia de Sá & sacharuk
borrão
borrão
não bebi a Clarice Lispector
não comi o Augusto dos Anjos
leminski ou mário ou manoel
sou só medíocre escritor
de nenhum cânone eu manjo
só sei jogar no papel
sacharuk
não bebi a Clarice Lispector
não comi o Augusto dos Anjos
leminski ou mário ou manoel
sou só medíocre escritor
de nenhum cânone eu manjo
só sei jogar no papel
sacharuk
pelos mares sem astrolábio
pelos mares sem astrolábio
a morte beijou-lhe os lábios
✝️
💀
🧟♀️tão docemente
o sangue verteu-lhe regato
🧟♂️
🧟♀️
🧟♂️ tão docemente
legião tomou-lhe o corpo
✝️
💀
✝️ tão docemente
sobranceiro findou o seu sopro
🧟♂️
🧟♂️
🧟♀️ tão docemente
foi tão docemente
o anjo o levou para o sábio
✝️
💀
✝️ tão docemente
o destino zombou tanto ingrato
🧟♂️
🧟♂️
🧟♂️
🧟♂️ tão docemente
o eterno atracou ao seu porto
⚓
💀
⚓ tão docemente
a morte o lançou ao espaço
💀
✝️
✝️
⚓tão docemente
arrastaram as correntes
a vida desfeita num laço
tão docemente
pude ouvi-la partir
tão docemente
sacharuk
a morte beijou-lhe os lábios



o sangue verteu-lhe regato



legião tomou-lhe o corpo



sobranceiro findou o seu sopro



foi tão docemente
o anjo o levou para o sábio



o destino zombou tanto ingrato




o eterno atracou ao seu porto



a morte o lançou ao espaço




arrastaram as correntes
a vida desfeita num laço
tão docemente
pude ouvi-la partir
tão docemente
sacharuk
chovendo delícias
chovendo delícias
não tortura-te
estive pele afora
percorrendo tuas coxas
e chovendo delícias
na tua boca
frágil fruto amora
que logo adentro a ti
estive pele afora
percorrendo tuas coxas
e chovendo delícias
na tua boca
sacharuk
ela e as ancas
ela e as ancas
ela anda pela floresta
ela e as ancas
ele a vê
ele a quer
ele a persegue
ela apressa
ele apressa
ela titubeia
ele para
ela congela
ele anda
ela corre
ela corre
ela corre
ele corre
lépido
perspicaz
e rápido
ela corre
desajeitada
ela e as ancas
ela e os seios
exausta se esconde
detrás de um tronco
ele a perde
ele a procura
ele a vê
ele a quer
ela levanta
ele corre
ela corre
ela corre
ele a alcança
ele a pega
ela grita
ele a joga
ele a subjuga
arranca a blusa
ela grita
ela chora
ela bate
ela chuta
ela o derruba
ela foge
ele corre
ele corre
ela foge
ela foge
ele a alcança
ela e as ancas
ele a fode
ela explode
ele pode
ele pode
ela o vê
ela o quer
sacharuk
ela anda pela floresta
ela e as ancas
ele a vê
ele a quer
ele a persegue
ela apressa
ele apressa
ela titubeia
ele para
ela congela
ele anda
ela corre
ela corre
ela corre
ele corre
lépido
perspicaz
e rápido
ela corre
desajeitada
ela e as ancas
ela e os seios
exausta se esconde
detrás de um tronco
ele a perde
ele a procura
ele a vê
ele a quer
ela levanta
ele corre
ela corre
ela corre
ele a alcança
ele a pega
ela grita
ele a joga
ele a subjuga
arranca a blusa
ela grita
ela chora
ela bate
ela chuta
ela o derruba
ela foge
ele corre
ele corre
ela foge
ela foge
ele a alcança
ela e as ancas
ele a fode
ela explode
ele pode
ele pode
ela o vê
ela o quer
sacharuk
chuva tocada a vento
chuva tocada a vento
hoje aqui a natureza fala línguas que ainda não conhecias. Tão lindo te ver assim, tal criança saltando sobre as poças nas calçadas em dia de chuva tocada a vento. Vejo-te renascer não apenas para sentir, mas para ser sentida pelo toque, nem sempre tão gentil, dos teus novos climas e tempos
sacharuk
era só poesia
era só poesia
enquanto dormias
beijei-te os ombros
toques suaves
para não te acordar
meus cheiros
furtivos ao teu pescoço
perdidos por tua nuca
impregnei-me de ti
teu gosto
ainda trago comigo
presente
os fios dos teus cabelos
são cócegas no meu nariz
dormi em paz
dormi feliz
zzzz
zzz
parecia sonho
mas era só poesia
sacharuk😍😙
vida selvagem
vida selvagem
vida selvagem
essa minha
galho em galho
num parque temático
com um poema
virtual informático
muito bem
enquadrado na linha
sacharuk😎🤗
vida selvagem
essa minha
galho em galho
num parque temático
com um poema
virtual informático
muito bem
enquadrado na linha
sacharuk😎🤗
O quanto de amor
O quanto de amor
O tempo das horas não modifica, a lua continuará espelhando luz å irrelevância das minhas respostas.
Assim, continua aos teus passos firmes a engolir a novidade dos ventos que te sopram. Meu calendário já não marca efemérides e na cratera do meu espaço, o fundo é uma cama de rochas pontiagudas.
Amanheço com a boca aberta para beber gotas de orvalho e o sabor amargo ainda me refresca. Logo terei gelo envolto em minhas vísceras.
O quanto de amor ainda me tens?
O quanto de amor ainda te tens?
amoreira
amoreira
obscura amoreira
das raízes cortadas
já não vinga na mata
junto aos passarinhos
agora cresce
faceira
no quintal do vizinho
sobre a terra lavada
sacharuk
obscura amoreira
das raízes cortadas
já não vinga na mata
junto aos passarinhos
agora cresce
faceira
no quintal do vizinho
sobre a terra lavada
sacharuk
um lugar
um lugar
quando esse frio for embora
quando essa chuva passar
entre as canecas de café
haverá para nós um lugar
o mar deitará sobre as rochas
e os pássaros voltarão a voar
no jardim das flores eternas
tu correrás para o mar
eu vou pegar uma estrela
para nós haverá um lugar
quando voltar o calor
quando passar essa dor
poderemos de novo andar
pelos parques e riachos
tu correrás para o mar
eu vou pegar uma estrela
tu correrás para o mar
eu vou pegar uma estrela
para nós haverá um lugar
quando passar essa dor
haverá para nós um lugar
sacharuk
mais que um momento
mais que um momento
percorro as noites
pelas ruas
meus caminhos incertos
percorro erros
percorro acertos
me perco sob as luas
e do lado de fora
do lado de fora
sei que o sol só brilha
a quem sabe beber chuvas
apenas a quem tenta
linda tu és mais
que um momento
me fizeste grande
me fizeste homem
linda tu és mais
que um momento
és meu tempo inteiro
procuro as falhas
no desenho celeste
reorganizo as estrelas
desato as amarras
que me vestem
em busca do que sou
e do lado de fora
do lado de fora
sei que a força da terra
só floresce em versos
apenas a quem tenta
linda tu és mais
que um momento
me fizeste grande
me fizeste homem
linda tu és mais
que um momento
és o meu tempo inteiro
e do lado de fora
do lado de fora
um sentido desordeiro
se derrama em versos
apenas a quem tenta
sacharuk
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