versos de marcenaria
o poeta artesão salva madeiras
dos armários, cadeiras desprezados
de mogno, eucalipto, cerejeira
a sina marceneira no esquadro
compõe criado mudo em cabeceira
a alma vai inteira no traçado
armário modulado e cantoneira
e poema de primeira bem lixado
a tico-tico esgueira por um lado
um nó versificado na colcheia
na esteira de um metro encantado
poeta abençoado de mão-cheia
das artes que enleia articulado
o amor manifestado das suas veias
sacharuk
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