abaixo de zero
riscaria desenhos
acaso houvesse neve
apenas há cristais agudos
de dura perplexidade
um grande parque morto
de brinquedos absortos
tanto mudo
e surdo
o desvelo
é bater a bengala
num bloco de gelo
para ver o quanto aguenta
esse frio violento
pensaria que é somente
mais um inverno
de água e vento
e aquela pressão
que aumenta e diminui
ora dentro
ora fora
e parece que surge
de todos os lados
seria simulacro de coração
que soa cristalizado
se o calor vai embora
sacharuk
´'... e na cabana de madeira, os estalidos do gelo ecoam na penumbra azulada. Lá fora, o mar branco corta na sua agudeza de ser apenas branco, escrachado e afiado, não cortante, e o céu exibe o tom quase amarelo, cinzento brilho de algo mais. Na frente da casa, as marcas do caminho de ontem sumiram. Tudo uniforme, liso. Gotas caem do telhado, pingos grossos, escorrem e saltam ao infinito, antecipando o novo, que acontece... surge o raio amarelo, fininho, que incide sobre à arvore mais próxima, os estalidos aumentam e a luz se faz... cá dentro, agora, a lenha seca crepita mais forte, refletindo o sol em cada faísca.’ (Dhenova)
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