Canto triste
Eu sou a fera que mordeu o tratador
o bicho homem que do nada desistiu
eu sou o rio que comeu a ribanceira
sou a poeira que em teu olho fez pavio...
Sou primavera de aurora em tom sombrio
o lixo humano de esperança alvissareira
sou a vitória que perdeu um desafio
a gravidade que despenca em corredeira
Sou a vingança que em poesia desespera
sou a hera que nasceu no mar bravio
o barco laico, o todo espaço, o desvario
o mundo todo , uma saudade, um beijo frio
Eu sou a mágoa que irrompeu no teu amor
o choro seco que escondeu quando sorriu
o canto triste que ecoou em voz faceira
sou a porteira que fechou quando se abriu.
Márcia Poesia de Sá e sacharuk
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