murchaflor
faço da estranha energia
arrebentações de poesia
pouco de rima cercada de mágoa
sem cartola, coelho e brilhos
troco o país das maravilhas
pela solitude da minha ilha
pouco de terra cercada de água
e finco a bandeira do exílio
meu cansaço de murchaflor
floresce do broto dos medos
desconheço como esquecê-los
e lograr teus doces desvelos
entre icebergs e folguedos
entendo os riscos do amor
cruzo do abismo ao esplendor
em busca dos meus arremedos
faço implodir meus castelos
arranco a raiz dos cabelos
a caneta presa entre os dedos
rabisca uma história sem cor
meu cansaço esfria o calor
e não faz detonar os levedos
dos olhos derramam colírios
a lavar esquizoides delírios
meus versos se viram em enredos
apartados de algum narrador
minha canção diluída na dor
do eco dos teus rochedos
sacharuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário