do pó que faz pedra nas águas
tantos anos passados
não foram poucas
as navegações
pelas rotas mais loucas
a rodar timões
desenganados
estivemos lado a lado
copos na mesa
navegamos whisky derramado
marolas e ressacas
ondas de incertezas
nossa velha barcaça
move a vela
de toalha de mesa
traz memórias acessas
tão vivas como antes
histórias de navegantes
pouco ou nada diferentes
nosso encontro na foz
fez poema de versos correntes
cuja origem é nascente das mágoas
assim somos nós
assim fomos feitos
do pó que se encerra
habita o fundo das águas
constitui antigo agregado
e lá do outro lado, na terra
aguardamos o dia perfeito
em que voltaremos ao pó
assim somos pedras
assim somos sós
sacharuk
Nenhum comentário:
Postar um comentário