Sou taura da presilha até a ilhapa,
não tenho cara de sorro manso;
levo na estampa o bafo de canha,
o baile todo só bebo e não danço!
Sou guasca do mango até a guaiacaSou grosso e ignorante
danço com minha prenda e não canso
se vejo um bucho eu passo a faca
de china feia não quero ranço
como salada de urtiga
agarro touro a unha
e nunca bebo o bastante
Sou filho desse Rio GrandeO galpão é meu palácio
e não me aparto da briga
um diabo me ronca na cuia
laço égua xucra com barbante
meus vassalos são os cuscos
trovo com o tio Anastácio
largando tições pelos cascos
Da coxilha tenho um pedaçoCom permisso, poeta amigo,
planto meu fumo e chamusco
e trago o rebuliço no laço
gaúcho guapo não faz fiasco
escuta este trovador
meu prazer é prosear contigo
pois na rima és professor
Dessa peleia fiz meu abrigoVou me retirar desta trova
com o hermano improvisador
sempre responde o que digo
com a grandeza de pajador
pois sou pobre poeta de parca rima
em cada parceria a amizade se renova
e tua cidade, de Cruz Alta se aproxima
De Pelotas te mando essa prosaDecimar Biagini e Sacharuk
da nossa querência campesina
e se Cruz Alta também é formosa
encilho o pingo e vou acima.
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